segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Pensar enlouquece! Acho que estou surtando, tenho pensado muito em todas as possibilidades. Estou firme e forte, a mudança vai vir mais uma vez e eu não vou evitar o amadurecimento, afinal toda essa insatisfação com o mundo é justamente por isso, tudo ainda é muito pouco, eu quero é mais.

Feliz, por que eu ainda sei sonhar.


"Sorrio, porque ainda é possível fazer isso."

"Sorria, pois me alegra vê-lo fazendo isso. Pois é a luz que preciso quando olho o céu... E se eu não ver: grite, pois ainda é possível fazer isso.

Sorrio, pois mesmo observado sinto vontade de fazê-lo!" MIOPIAVIRTUAL

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Não vou repetir a promessa de deixar voltar. Não posso, já o fiz muitas vezes e as promessas transformam-se sempre em mentiras, seja da minha boca ou da sua. Mas o peso de abandonar a alegria é enorme.
Antes passava os dias a chorar baixinho, mas agora me conformo com a perda.



"Não vou mais falar de amor
De dor, de coração, de ilusão
Não vou mais falar de sol
Do mar, da rua, da lua ou da solidão..." ♪
Ele já chegou aqui em casa falando sem parar. Começou reclamando do calor, da bebida, do cansaço... Disse que ia ficar pra sempre, que nunca mais eu ia me sentir só. Encheu meu corpo, meu quarto, minha casa, minha vida...
Mas tudo não passou de um sonho, estou vazia.
Passar a vida inteira abrigada da chuva impediu-me de degustar o sabor da vida.
Não me dei conta de que preciso do caos, sempre precisei. A ordem me confunde, intedia-me.
Quando penso que tudo podia ser diferente...

Na verdade tudo que quero já me foi concedido em algum momento da vida, mas os meus olhos estavam vendados. O prazer, a felicidade, a aventura, a glória, o amor... Tudo.

Quando penso como a vida é curta, e como estamos afundados na rotina. É sempre tarde demais.
Passei a vida abrigando-me da dor, agora não consigo aceitar... Estou perdendo-me, fugindo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Palavras descrevem os olhos, as bocas, os braços, com palavras você pode contar uma historia. Mas palavras não descrevem sentimentos, nem a alegria até então desconhecida, surgida de um (re) encontro. Palavras são pequenas diante da grandiosidade do sentir. Pra quem, há dias atrás, refletia tanto as obras do acaso, hoje compreende que realmente, o acaso não passa de um simples nada, e acredita em algo bem maior que isso. Um destino cruel que levará a um próximo reencontro, sem sombra de dúvidas, com o passado que agoniza.
Mas até lá, todas as músicas cantadas estarão na mente, todos os sorrisos, toda a alegria, todos os olhares e toda a magia do momento.
Eu me recolho, gosto do conforto do egoísmo com minhas lembranças.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Não acho errado ser triste, pelo contrario, acho muito bonito o brilho de tristesa nos meus olhos quando encaro o espelho.
Por que deveria mentir? Não me envergonho do meu compromisso com a solidão.
Não culpo ninguem, mas foi você que abandonou o "nós" com todos os motivos do mundo... Eu nunca fui o suficiente, sempre fui o pretesto, mas.... por que quando você se foi não devolveu tudo, não devolveu meu coração?
seria tão bom se eu pudesse confiar em alguém de novo. e eu não confio. Nem mesmo em mim...


"Tentar ser forte a todo e cada amanhecer.
Uma de suas amigas já se foi
Quando mais uma ocorrência policial
Ninguém entende, não me olhe assim
Com este semblante de bom-samaritano
Cumprindo o seu dever, como se eu fosse doente
Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente
Nada existe pra mim, não tente
Você não sabe e não entende
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito
Clarisse sabe que a loucura está presente
E sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem
De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar pra casa à noite" ♪♫

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Um Dia na Vida




"Não existe nada vivo
Dentro desse quarto
Todo dia eu pego o medo
Meço, mato e guardo..." ♪♫


Tenho apreciado cada dia mais a companhia da solidão.
Sou uma solitária por escolha, gosto, mesmo sendo a reação de fugir instintiva.
Todo mundo sabe o que é ser solitário, isso acontece quando todos os relacionamentos acabam, o passado e o futuro não importa, não faz diferença, nada mais tem sentido.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

"Hoje eu vou fugir de casa
Vou levar a mala cheia de ilusão
Vou deixar alguma coisa velha
Esparramada toda pelo chão"






Hoje quero uma pausa, distância dos noticiários aonde Sarkozy confia na venda de caças ao Brasil. Quero distância dos tsunamis, ondas maiores e menores ou tremores de qualquer escala. Quero mais distância ainda do sujeito que entra numa estrada e dorme, ou qualquer acidente com mortos e feridos. Como também não quero ouvir que morreu o rapaz golpeado por um psicopata com um taco de baseball numa livraria. Não quero escutar candidatos trocando insultos e nem mesmo ler esse ou aquele e-mail que conta tudo.

Eu quero paz, amor e muita música!

- Somente há o passado. O passado está em toda parte.

Por enquanto, Velho Scotch. Acordei cantando “E eu que nunca fui feliz...” ♪
Um e outro espaço entre as árvores, uma camisa manchada pela cor do vinho, ou todas as palavras do mundo enquanto houver.
Amanhece sobre a cidade.
É dia e eu pensei ter visto um sorriso, lá, dez anos antes.
Outro caminho se estreita no final do dia. E o apaziguar incorpóreo lá, dez anos antes, vingando-se diante de minha impotência, esmorece no descanso da luz, não basta apenas querê-lo, é mais forte que tudo, até mais forte que o tempo. Outra rotina escavada no frio da solidão, na dureza dos dedos por sobre os papéis de uma sexta-feira-nove-da-manhã, e essa angústia que prende o coração. Essa certeza do nada, do fim apenas. Lá, sorrindo, dez anos antes, como Jesus para uma criança, compaixão, piedade. Não há como não ir em sua direção.
Por sobre o rosto caem as lagrimas quentes, nunca fui amada – qualquer lugar - e é preciso arrancar do instante uma nudez indivisível, enquanto nasce no escuro a distância de meus dias. Porque daqui o horizonte parece sempre mais e mais distante, assim como o céu. E é preciso se agarrar a algo, ter fé. Ainda que esse algo seja apenas a escuridão de mais uma madrugada, se houver blues.
Não mais aquela menina correndo pelas ruas que levam felicidade. A ela dei adeus primeiro. Aquele caminho agora percorre pelas ruas de minha memória. Será que ainda estão lá? Pergunto-me o que fizera esse tempo todo, do que gosta, o que ama, o que sonha. Tudo perece dessemelhante ao encontrar de lábios, há dez anos perdidos, repentinamente, ausenta-se. Já não existem as mesmas cores, os mesmos sons, os velhos sabores. Estão todos mortos. São apenas retratos na parede, espreitando a manhã repleta de ausências.
E nada, nada pareceu se edificar no cascalho desses anos que mais parecem o mundo inteiro, o mundo todo, se nada é para sempre, por que dói tanto. Nunca ressurgirá das cinzas do tempo, do abismo de tamanhas lembranças. E quando me disserem, no momento e que a vida em mim se recolher em definitivo, sobre todas as coisas que há, hei de encontrar esse mesmo sorriso (que ora me despeço) como se ouvisse: -Somente há o passado. E diante dele, tudo o mais se torna indisponível.
Ontem meus pés tropeçaram em alguém do passado, duro feito uma pedra, o passado. Exatamente daquele passado lá longe que se quer deixar mais longe ainda, que foi tão importante e presente, mas que agora quer que suma, morra. Esse, das coisas já-ditas e já-feitas, sem nenhuma inocência (essa a gente perde na infância mesmo). Cai uma chuva torrencial agora. De ranhuras o cenário é composto de belas e pequenas e desbotadas fotografias de pessoas irreais que nunca estiveram lá com seus sorrisos.
De par em par os espelhos são cobertos e virados para as paredes, não quero encarar meus olhos e ver meu passado dentro de mim. O tempo que enferruja as coisas e escorre mostrando que também a parede está em carne-viva. E o outro que desponta olhando por detrás dos ombros, aquele que tropeçara feio e levantara bem os olhos para fitar o rosto abruptamente descortinado. Como um tapa na cara, o futuro desponta sua existência e marca com sangue a presença fantasmagórica daquilo que nunca deveria ter se tornado algo, e sim, sido consumido, tragado com pus e desgraça, afinal, somente quem luta limpo tem direito à vitória. Mas, quem sou eu para querer tudo isso? Se nem ao menos as pestes fizeram seu trabalho, como combinamos.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sem Tempo

O tempo muda o tempo todo. Eu tentei evitar as mudanças, mas é inevitável, e quando acordei eu já era outra pessoa. Eu morri, morro todos as noites e nasço todos os dias.
Encarar o mundo com novos olhos, crescer, responsabilidades não é tarefa fácil.
Era mais fácil antigamente. Rir era tão mais fácil. Quando eu não precisava dessa autodefesa, quando a 3ª pessoa eram outras pessoas, não eu.
Era tão mais fácil sentir e não se vigiar o tempo todo, não se conter, não silenciar... Correr pro abraço e contar os medos, ter um porto seguro era tão bom quanto ser... Ser exagerada, impulsiva eu diria até um pouco insana.

Os passos não precisavam ser um depois do outro... Eram um do lado do outro.
Ser um pro outro é que não deu certo... Por que foi só da minha parte.
Era carregada pela camiseta do Nirvana, conversamos sobre família e dançamos juntos de madrugada também... Éramos parceiros. Eu não existia sem você.
Estava ali o tempo todo, sempre, a qualquer hora que ligasse, estávamos juntos o tempo todo, mesmo sem estar perto. Mas algo se perdeu...
Sobrou só eu sozinha e um vazio dentro de mim, algo que me faz querer desistir, mas aí então eu percebo que o que me faz continuar é o único motivo que me faz ainda dar um passo depois do outro, é que não há mais nada pra ser perdido, não há mais nada pra se querer tanto, não há mais nada.
Sinto saudade. Muita.




sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Saudade besta!

Coração acelerado, uma tristeza sem fim.
Saudade é sentimento ruim, prende a respiração e enche os olhos.


Hoje eu daria a minha vida por um telefonema.
Um telefonema apenas.
De alguém que não me ligasse para pedir alguma coisa que a minha “intelectualidade” pudesse oferecer.

(E alguns diriam ainda que a culpa seja minha por ter cultura e inteligência, dois atributos raros na juventude. Como se solidão fosse um castigo por saber pensar e eu deixasse de ser uma pessoa para ser um cérebro, como uma enciclopédia na estante.)

Um telefonema somente. De alguém que perguntasse como vai, tudo bem? E, sobretudo, ouvisse. Ouvisse e ficasse em silêncio.
Apenas ouvisse, sem julgar, sem ter pressa, sem interesse por nada, somente em ouvir pacientemente.

Mas acho que é pedir demais. No fim, o mundo acaba precisando de alguma coisa, alguma ajuda, algum favor, que é a única coisa que as pessoas enxergam mesmo (e gostam, ao que parece, de dispor). E eu reencontro meu lugar entre as cinzas, a escuridão e o silêncio, aguardando a próxima solicitação.

Não falei? O telefone acabou de tocar. Adivinha para quê?
Chega de escrever, de volta ao trabalho!
"Sei que há contas a pagar
E há razões pra terminar
A semana toda ficou para trás
Ela tem trabalhado demais" ♪♫




Finalmente sexta.
Esse lugar tira a minha luz.
Tenho uma tristeza muito grande embolada na garganta... vontade eterna de dormir!

RE

Ontem peguei-me pensando que já faz um tempo que não penso em nós , em ti, nem em mim. Não é que não me venha á cabeça, mas sou eu mesma que me nego, porque sei que depois acaba por cair uma lágrima e eu não quero mais. Já saí dessa rotina há muito tempo. Há tanto tempo, que nem tu deste por isso. Acabas por pensar que estou chatiada. E estou, mas não contigo. Estou chatiada comigo mesma. Por não ter aproveitado quando devia, por ter estragado a nossa amizade, e por ter te deixado ir sem nada fazer. Acredita, que se pudesse voltava atrás. Mas infelizmente não tenho nenhuma máquina do tempo, e mesmo que tivesse, tenho a certeza, que o dia, o mês,e a hora que estivemos juntos, estaria bloqueada. Só mesmo para me chatiarem, e verem-me a bater com o pé no chão. Como faço sempre. Feita menina mimada, nunca luto pelo que eu quero. E é isso que estou agora a fazer. Me conformar e me lamentar... só o que faço. A encostar-me a uma parede, e preparar-me para bater com o pé no chão. Á espera que voltes com isso. Mas conheçendo-te, como conheço sei que não vai resultar.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

"Á primeira vista todo risco é ameaça e o medo que a gente passa cimenta os pés no chão."JV

Disseram-me que meu sorriso anda sumido, e o que antes era tão colorido se tornou cinza nesses meus dias. Disseram-me que meus olhos meios inchados, como se tivessem chorado, estavam naquela tarde. E agora eu já não sei dizer mais, se me dói te ver feliz ou te ver sofrer. Sentimento egoísta, querer que sintas a dor que sinto. E dói também saber que não me permites estar perto para dividir meus sentimentos. Falei em ver, mas não te vejo mais faz tanto. – “Te ver não é mais tão bacana quanto à semana passada (...) mas ficou tudo fora do lugar, café sem açúcar, dança sem par. Você podia ao menos me contar uma história romântica” – mas nenhuma história mais me toca, me encanta. Cantar Legião fica vazio e sem sentido agora. Talvez estas sejam minhas últimas palavras sobre o que eu achei que era amor. Andei pensando nas minhas promessas de antes. Quanta mentira eu já disse, sem saber que era mentira. Prometi esperar por alguém toda a vida, disse que o que eu sentia era incondicional, disse que amava. E eu não esperei dois meses, o sentimento incondicional dependia da recíproca, o amor era doce e se acabou. E então eu acho mesmo que não devo mais falar nada, mas só agora me dei conta, de quanta coisa não dita eu guardo aqui. Hoje enquanto eu arrumava o quarto, senti uma coisa estranha um bloqueio parcial da garganta. A dificuldade de dormir na noite anterior, a vontade de chorar baixinho e as palavras, essas que são tantas. Boas, ruins. Já são muitas as músicas que não ouço mais. E vou largando os versos, os compassos, as páginas, os sonhos, as dores. E fico assim não sentindo, deixando o vazio me consolar. Racionalmente escolhendo não sentir, é prudente não sofrer. Alguns dizem que minto pra mim. Outros que é melhor assim. Me perguntaram o que eu faria se te visse aqui de volta. Se me ligasse, pedindo desculpa, pedindo pra ficar mais um pouco. Foram capazes de apostar que eu te aceitaria, perdoaria. Mas eu já não sei. Eu te conheço, sei que não vai ligar mesmo, que não te enche de preocupações por mim, que pra você tanto faz como estou até que precise de mim. É capaz de fingir não ver a dor que me causou. Eu li nossa ultima conversa, eu revi nosso último dia, eu lembrei do seu último telefonema. Aquela música que tocava era nossa, hoje já não sei. Não temos nada nosso. Eu quis saber onde você estava - bem que você podia me ligar, como vai o que tem feito? Disfarçaria pra não dar nenhuma bandeira, pra fingir que está tudo certo ... – Porque eu queria mesmo ouvir tua voz hoje. Nesse dia tão estranho, que eu lembro de você, e o pranto não me chega, e meu rosto continua seco... e penso que talvez está mesmo, apesar de tanta chuva, muito seco tudo aqui dentro. E isso me assusta. Eu não era assim antes de você.

Pequenas Vitórias

Aos meus 12 anos, vitória de verdade seria sair de casa aos 18. Aos 14 era começar uma etapa nova, conhecer tudo que podia daquele mundo. Aos 15 era conseguir sair sem minha mãe saber e ficar com aquele cara lindo do colégio. Aos 16 era passar no vestibular. Aos 17 era ser feliz a qualquer custo. Aos 18 era ter independência, sair de toda aquela confusão. Entender egoísmo e porque as pessoas que a gente mais confia é justamente quem nos trai. Aos 19 era conseguir viver sem ele. Aos 20 era tentar não enlouquecer pela falta de alegria. Aos 21 anos era chegar em casa do serviço e dormir. Agora aos 22 eu me pergunto onde estão os sonhos? Estou velha e sem entusiasmos para pensar em começar qualquer atividade nova, não sei mais se quero as aulas de inglês, Frances, fotografia. Acho que nada mais importa. Não quero me importar com as derrotas, foco nas vitórias...
Me concentro nas pequenas vitórias. De quando conseguir me manter em pé num patins pela primeira vez. Sair sozinha e me divertir muito, aquele Adidas branco com as listras pretas que o meu salário comprou (em 4x, mas comprou). Uma pequena vitória que me leva a outras. O primeiro show do Capital Inicial, o segundo, uma vitória. Terminar de ler aquele livro que eu comprei há dois anos é uma vitória. A primeira medalha que eu ganhei. Cortar o cabelo bem curto pela primeira vez é uma vitória, o piercing tão desejado, mesmo que 2 meses depois eu tenha tirado ele. Cada dia que eu me esforço tentando não levar a vida ao extremo, 8 ou 80 e deixando as coisas fluírem é uma vitória contra a minha ansiedade. Quando de noite, eu não liguei pra ninguém, e sofri calada a minha dor, foi uma vitória. Quando consegui deter versos tristes que eu escreveria, foi uma vitória. O cigarro que não fumei, o cinema que eu neguei, são as minhas pequenas vitórias. O ciúme que eu calo, e deixo quieto de lado, é uma vitória. Os pecados que não cometi. Minha coleção de pequenas vitórias. Quando eu olho para você e consigo não te amar, apesar da sua “perfeição” é uma vitória. Se boa, ou ruim, só o tempo e você podem dizer. Não mentir que não estou é uma vitória. Não jogar sobre as pessoas as conseqüências dos meus erros. Não “jogar na cara” erros que já foram superados. Não supervalorizar a opinião dos outros é uma vitória e tanto. Deixar o preconceito de lado, ler livros para adolescentes. O dia que não chorei, a cobrança que não fiz, o café que não tomei, ilustram ainda a minha lista de vitórias pequenas. O conselho que não dei, aquele outro que não pedi. O brigadeiro que não comi, o romance que não assisti, a critica que não fiz. A ofensa que calei, a mágoa que não guardei. A roupa que não comprei, o livro que não pedi de volta, o abraço que não neguei, a saudade que não alimentei, o e-mail que não respondi, o amor que eu não cobrei. Pensando bem, até agora eu mais venci do que perdi. E para mim, pensar assim também é uma vitória.

Solidão, que nada!

É preciso saber estar sozinha. E eu sei, não me envergonho. Com isto não quero dizer estar fechada dentro de quatro paredes, sem nunca ver a luz do dia, não conversar, não sair pra respirar. Não. É preciso estar a sós com a nossa paz interior, não esperar nada de ninguém, nem esmolar nada a ninguém. Desaparecer do mapa e da mente de muito boa gente sem dar satisfações a uma única alma. Gostar da nossa companhia e brindar a isso. Estar só não é nenhum pecado. Às vezes é preciso navegar em silêncios dolorosos para perceber que o silêncio está sempre do nosso lado e dá-nos os melhores conselhos, trás as melhores lembranças. Estender a mão à solidão e ficar por lá. Estar sentada num grupo de amigos, que na verdade se trata de pessoas que nem ao menos sabem quem você é, e sentir que é uma estranha, que com nenhum deles se identifica. Às vezes é preferível perder a noção do tempo e dos outros. E apenas nos centrarmos em nós. Perder para sempre e encontrar a seguir. É necessário estar só para então saber quem és. Ninguém sabe quem é (e nem se importam com isso) nem o que vamos fazer. Não fazer idéia de como nos levantar, nem como arranjar forças para cuidar de nós e dos outros que precisam da nossa força. Vaguear por aí. Sem destino algum. Sem bússola alguma. E ir ficando... Até percebermos que não foi esta a vida que escolhemos, não foi por isto que fomos criados. Que a vida que parecia tão longa mostrou-se curta e vazia. Mostrar a garra, ambição que nos é característica e seguir em frente na esperança de melhores dias e de melhores portos, para não sair dessa vida sem deixar uma boa historiam para ser contada.
Sei que é preciso saber estar sozinha. Sei que sempre que me refugio das pessoas e do Mundo volto mil vezes mais forte para enfrentar o que me surgir pela frente e com mil vezes mais cede de vida. Mas não me peçam indiferença, não peçam que me magoe e finja que não estou quando efetivamente sabem que sim. Porque perdoar é fácil, esquecer não!



"Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo." CL

DUST IN THE WIND

Mudança de planos,
faz calor e depois chove.
Mais um final de semana péssimo, inevitavelmente mais uma segunda... Ciclo sem fim!

Música para dormir, saudosismo.

Mais um dia.
(01/11/2010)







"Now, don't hang on,
Nothing lasts forever
But the earth and sky.
It slips away,
And all your money
Won't another minute buy." ♪♫