Aquele círculo vicioso confortável que te abraça e te impete de enxergar o óbvio.
É 2005 mais uma vez.
Deveria ser mais fácil agora, experiente, resistente por causa das cicatrizes das feridas passadas.
Mas não é.
Tão difícil igual, ou ainda pior, pelo agravante da falta da perspectiva de futuro.
Talvez eu já esteja morta.
Talvez eu tenha morrido em 2005.
quinta-feira, 13 de julho de 2017
domingo, 4 de junho de 2017
Escrevo...
Mas minha vontade mesmo é gritar.
É que sua indiferença machuca. E mesmo que eu saiba como é
sentir-me rejeita, gostaria que a história não se repetisse de novo.
Doeu na hora, doeu depois e a dor não passa.
E é foda sentir
essa dor.
Meu corpo me lembrando da sua presença na noite passada.
Noite essa que você insistiu em fingir que não aconteceu.
quarta-feira, 19 de abril de 2017
A irmã mais nova - Crônicas do cotidiano escolar
Já faz um tempo, cheguei na escola e lá estava ele. Envolto em um ar de mistério, sentado sozinho no banco de lápis de cor. Sorte a dele viver alheio aos problemas do mundo. Azar o meu, que cansada, sentei um pouquinho, inutilmente tentando descansar um peso invisível, aquele tipo de peso que dói por dentro.
Ele parece um garoto bom, seja sentado em algum banco ou brincando com as outras crianças. Corro o risco de dizer até que parece feliz. Aquela felicidade genuína de criança, sabe?! De correr, rir e gritar ao mesmo tempo, aquele sentimento de liberdade que aproxima a gente do nosso lado mais primitivo.
Mas sabemos que nem tudo são flores, crianças podem ser cruéis, e na maioria das vezes são. É difícil ser fora do padrão. E é agora que chego aonde quero chegar. Logo na entrada ouço um som grave, parecido com som de bicho grande, encurralado, ferido. Eu presa do lado de dentro, inquieta, impotente, sem poder fazer nada.
Reconheci o sapatinho rosa. O corpo franzino, natural de uma menina de pouca idade. Traz em sua pequena mão a mão grande do irmão. Desvencilhando-o dos outros meninos, maiores que ela, maiores que ele, que como aves de rapina atormentavam-no. Resolvi chamar ela de valente. Ainda pequenina, nem imagina a força que tem. Eu pensei na minha irmã, das vezes que ela me protegeu. Também pensei em um primo que perdi tempo atrás. Uma saudade inundou meu coração e quase transbordou pelos meus olhos, eu sabia que seria um dia difícil. Não sei se igualmente difícil ao dia dele, mas ele está em vantagem, segurando a mão dela, pula quando a corda vem, em uma relação de afeto, conforto, confiança, segurança. Brincadeira de criança tem dessas coisas, é construção interna para o futuro, mas também é aprendizado para adulto que observa, é exemplo.
terça-feira, 7 de março de 2017
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