Às vezes me pego pensando em como seria se tudo fosse diferente, se meu presente agora fosse fruto de outras escolhas e até mesmo outros acasos no passado. Se o tempo fosse outro, se o mundo fosse outro, se a profissão fosse outra, se a família fosse outra, se a essência fosse outra... Outras possibilidades. E se minha mãe tivesse me dado para a pediatra quando eu era criança, se eu não tivesse levado uma reguada da professora quando criança ou se minha mãe tivesse feito algo a respeito, e se as escritas fossem verdade, e se eu não fosse sempre a ultima a ser escolhida, e se eu tivesse ganhado o primeiro lugar, e se...
Às vezes o real é tão pesado. Talvez pudesse ser de outro jeito. Paro e falo comigo mesma: "Porque não PODE ser de outro jeito?". Mas é tão difícil ter determinação suficiente quando a dor é continua e não me deixa esquecer.
Aí me pego sonhando com outra vida, com outras pessoas, outros sentimentos, onde você não desperdiça com ela todos os beijos que deveriam ser meus. E tudo muda de novo. Mesmo sendo tudo do mesmo jeito, mesmo sendo nós os mesmos de antes. Ou não seríamos mais nós mesmos? Seriamos outros? Realmente mudamos?
Indecisão? Ou seria exatamente o contrário? Talvez eu fosse decidida demais, é desse jeito. E ponto.
Pelo menos por enquanto. Até o querer ser do outro jeito. Até as asas quererem se abrir, ir para longe. Aí cometo os mesmos erros, sinto os mesmos sentimentos, a mesma raiva.
Mas não se pode voar para sempre, eu sei.
Porque não se pode ser adulta e responsável e ainda assim não perder o sopro da Juventude? Às vezes eu me pego sonhando acordada com outras realidades, outros mundos, outras pessoas, outras eus.
“I like playing in the sand what's mine is ours
If it doesn't remind me of anything” ♪
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