quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dia Internacional do Rock

Acho que foi Beatles, ou AC/DC, talvez a trilha sonora de algum filme de sessão da tarde, não me lembro quando foi meu primeiro contato com o Rock, mas tenho certeza que foi amor a primeira vista. E é com o olhar fresco de adulta assumida, mas nem tanto, que vago pelas memórias embaladas pelo bom e velho Rock’n roll.
Assumi que crescer por mais que seja difícil é inevitável, mas que não preciso matar os vícios da juventude.
All star e camisas de banda, cabelo bagunçado, bandana, maquiagem carregada, meia-calça. Aquela pessoa lá era eu? Era sim... Passeando pelas ruas, indo a ensaios de bandas que sempre tocam as mesmas musicas, indo a bares, shows grandes e pequenos. A ovelha negra que causou um alvoroço em casa.
Hoje faço o mesmo trajeto, indo e voltando do serviço, sempre com pressa e cansada. Antes sentávamos nos bancos, batíamos papo durante horas, passando por banalidades e chegando às questões existenciais. E depois, íamos até algum bar, logo ali, bebíamos sem pressa, quando tinha dinheiro, quando não tinha, fazíamos uma vaquinha para um “pinguerante”, tudo era menor e acolhedor.
Para cada momento teve uma musica, foi assim que passei a organizar minha memória. Uma música para cada pessoa, lugar ou ocasião.
RPM para o Projeto Rock in Rua, a lembrança de um domingo ensolarado e quente, uma blusa vermelha e suor escorrendo pelas costas dele.
Pitty para a quadra do Cefetes e a primeira vez se fui “bulemica” para caber em uma roupa.
Zeca Baleiro e Capital, para não me deixar ficar no fundo do posso.
Nirvana pra me sentir forte, grande, dona da situação.
Pearl Jam quando eu me senti sozinha e sem rumo.
Cazuza, pra chorar, amar, rir...
A paixão pelo rock foi crescendo, ainda guardo os CDs do Daniel com carinho, ainda gosto de ouvir, gosto de ver as bandas covers, mas antes me descabelava com a possibilidade de, um dia, em um futuro mega distante, assistir um show deles. E, naquela época, o futuro era bem lá no futuro mesmo. Hoje, aguardo (não menos ansiosa) pelo futuro alí, 114 dias.
Minha mãe me deu uma blusa dos Rolling Stones, que eu adoro. Ela também me deu uma do nirvana e a minha primeira camisa xadrez, que ela comprou na fera, que foi roubada e eu fiquei muito triste e fui consolada, ela me disse que a camisa era feia, ela nunca foi boa para consolar.

Então, quando contei a ela que iria ao show do Pearl Jam, ela ficou tão feliz quanto estou agora, mesmo sentindo suas preocupações de mãe. Porque hoje, finalmente, vou realizar um sonho que tinha deixado na gaveta, junto com lembranças que valem ser revisitadas. E me senti aquela menina passeando pelas ruas da cidade, aquela que eu fui, mas tinha esquecido ter sido.



"Alone, listless, breakfast table in an otherwise empty roomYoung girl, violins, center of her own attentionMother reads aloud, child tries to understand itTries to make her proud
The shades go down, it's in her headPainted room, can't deny there's something wrong..." ♪♫

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