quarta-feira, 29 de julho de 2015

Ela e a outra
O outro e ele
Eu e a solidão
Como um bolero para dançar sozinha
E o que houve antes entre eu, ela e ele
As horas infinitas, as dores, as vespas e as farpas
Embargada a fala que nunca diz nada, a lágrima no canto do olho
Os beijos e os abraços
A ferida que arde
Um enganar-se eterno
O ciúme, a posse que passa.
E mesmo sem graça, o papo
Já são dez horas.
Chove
Como romper o silêncio?
E se eu ficasse?
No canto da cama
Amante?
Todo tempo gasto
Tática inútil
Na cama, espaço vago.
Perda
Momento breve
O amor aquece, é paixão ardente.
Lá fora a vida devora


sexta-feira, 17 de julho de 2015

Com um T bem grande

             Não me recordo como ou quando nos conhecemos. Ele se lembrava de mim dos tempos da escola e eu, já havia sido apresentava várias vezes a ele, mas cada vez era como se fosse a primeira, nunca fui boa para guardar nomes, fisionomias, nunca fui boa nem em guardar segredos.
      Também não me lembro de como começamos a conversar, nem de como as oportunidades de nos conhecermos melhor foram surgindo. Mas eu curti cada palavra, cada sorriso, e aos poucos ele foi me ganhando.
             E ele me ganhava como ninguém, o beijo doce e intenso, encaixado, de tal forma que o arrepio instantâneo era inevitável. 
Fui despida, junto com a roupa ele tirou os pudores. 
            Uma música tocava ao fundo, algo que eu mesma escolhi, mas não me recordo mais. O quarto foi tomado por uma atmosfera de desejos urgentes. Era muito, tudo intenso, os carinhos eram apertões e os nossos corpos colados eram um.
            O sexo era bom, vigoroso, eu diria que até violento, mas não de um modo ruim. Os intervalos eram de apenas alguns minutos, tempo para um cigarro, um pouco de água. Sentia a necessidade de ser penetrada, ele preenchia não só o espaço entre as minhas pernas. Sentia que o vazio do meu coração era também preenchido.
           As horas foram passando, e a escuridão do quarto foi dando lugar a luz alaranjada do nascer do sol, esgotada queria dormir. Mas ele não. As mãos firmes e macias percorriam as minhas pernas, e posicionado bem entre elas, percorria dos pés as cochas, num carinho erótico.
         E era lá que eu gostava de admirá-lo, de cima, entre as minhas pernas, numa entrega sublime, e o encontro nos nossos olhos, o ápice do gozo.        

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Sobre ir embora

"Que a minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que mereço
Que a tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
A outra metade um vulcão" ♪



É fácil saber quando a necessidade de ir embora chega. 
E não se trata de mudar de casa, de bairro, de estado...
Trata-se de ir embora das pessoas.
É uma tarefa difícil, de fato.
Até porque você é tão aconchegante e caloroso.
Convidativo como minha cama.
Para ir embora de alguém é mais complexo,
não é só pegar um ônibus para outro lugar.
É necessário mudar de alma.
Então, é chegada a hora.
Vou levantar-me,
bater a poeira da roupa e seguir.

Talvez seja um adeus.


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Por que Fabrício?

Olhos voltados para o céu
Olha o avião
Parece uma menina
Mãos dadas
Segurança
Olhos nos olhos
Drogas e amor? mesmo efeito!
Duetos intensos
Sorrisos
Eu te amo
É sincero
Canta para mim?
Peito
Olha a lua
E a torneira?
Onda boa
Risos
Não, gargalhadas
Para de caretices
Obrigada pelo beijo
Príncipe encantado, herói
Afasta o chupa cabra espiritual
Tem certeza que não é leonino?
D ♥
Eu precisava te ver
Ausência me dói
Minhas verdades
Beijos no pescoço
Olhos nos olhos
Tesão
Não nego
brilha menino
Algumas pessoas cantam as música
Você é
Eu gosto da sua voz
Não é só a sua beleza
Eu gosto até dos seus erros
Cheiro de Cazuza
Porra Caju!
Quero mais um
Por que Fabrício?
Viadinho é o caralho,
Hoje ele é meu!
Eu gosto do seu gosto
Dorme comigo?
Obrigada por tudo
Eu já disse que te amo?
Só danço se for com você
Vem, vamos curtir
Escuta essa música
Você vai gostar
Já viu esse filme?
Música clássica
Melhor café


"E já me acostumei 
com a tua voz 
Quando estou contigo 
estou em paz "

Me corrija, me complete, me subscreva, me releia...
Nosso sentimento é poesia, é conto, é crônica...
É texto mal escrito, mal acabado, mal estruturado...
Eu não tenho tempo para métrica...
Não tenho argumentos para réplica, tréplica...
Eu tenho urgência, não tenho tempo de pensar antes de falar...
Eu quero muito, tudo, inteiro.
Eu quero Fabrício, Cazuza, Caju, David e todas as outras faces do mesmo ser...





quinta-feira, 9 de julho de 2015

AMOR = AZAR

O amor não é bom, não é paciente, ele maltrata e é interesseiro, e não me venha com aquele blá-blá-blá de que amor de verdade é diferente, não, nunca é. Até porque o amor nunca é de verdade e nunca é diferente. É só parar para observar os casaizinhos que tem por aí. Esse é o meu referencial de amor. O azar. Amar alguém é como pisar na bosta. É como perder cinquenta reais.
O amor causa dor, na cabeça, nas costas, na barriga, no coração.
O amor é tipo uma doença mesmo. Uma patologia, dessas que as pessoas comentam:
- Coitado de fulano, está doente.
- É sério?
- Sim, está amando.

Hoje eu acordei doente, com dores.
Estou esgotada.
Acho que é terminal.
Preciso de uma cura para tanto amor.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Antagônico

O avesso do avesso!

Eu me apaixonei, ali, naquele instante, como um inseto na lâmpada, ignorando o risco. Seu humor ácido, sua coragem, eu nem sabia ainda do talento, vê se pode?! Crua, visceral, linda... 
Como demorei tanto tempo para te encontrar?!

Cada palavra, cada gesto, cada possibilidade.
Um misto de alegria e medo, uma excitação nunca antes sentida. Aquela coisa que acontece aqui, bem aqui dentro, entre o meu coração e meu estômago, que eu não consigo explicar.
Cada abraço, cada toque proposital ou não, uma descarga elétrica que percorre o corpo.
Tão intimidadora, inteligente, quente, explosiva e imprevisível. Tão desconhecida e ao mesmo tempo tão indispensável.
  
Eu sou grata pelo carinho, pela amizade crescente. E aceito de coração o que recebo, que vai muito além do seu antagonismo.
Para você estou guardando o meu melhor.

Eu te amo, eu te amo. 

   

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Os ponteiros passaram e você não passou (8)

Ainda sentindo a ressaca do porre de sentimentos novos que você me proporciona, contei as horas, querendo mesmo era que ela não se arrastasse tarde afora.
Selecionei apenas as palavras mais doces dentre as trocadas numa conversa rápida, uma não querendo tomar muito o tempo da outra. Enfeitei o inimaginável, como costumo fazer.
Fantasiei seus meios sorrisos, aqueles contidos.
Sem saber se pegava um ônibus, um táxi, ia a pé ou embarcava em um disco voador, tive urgência em te ver.
O sol se escondia por detrás das nuvens e de nada adiantava as janelas abertas, mais nublado que o céu só o meu coração.
Meus olhos choviam inconformados pela impossibilidade de te ver.

As ruas vazias que cortam meu coração estão cheias de poesia e silêncios.