quinta-feira, 28 de julho de 2011

"É tanto medo de sofrimento...

Que eu sofro só de pensar" ♪

Com tanta espera os dias têm sido massacrantes, doloridos e há sempre algo ruim me rondando, sempre tenha a sensação de que me esqueci de algo. Eu não consigo simplesmente esperar, eu sofro por antecedência. Nada mais justo... Pra quem se livra do arrependimento, resta a culpa para atormentar...
É que tudo é sempre tão pouco, crio tantas expectativas que fica cada vez mais fácil me decepcionar.
Estou tentando não ter medo. Eu sou libriana e duvida é meu segundo nome. E eu não gosto das coisas que me sufocam, acho por isso que nunca consigo concluir nada que começo. Eu não gosto de ordens. Eu não gosto de controle. É proibido proibir.

“A vida que me ensinaram como uma vida normal
Tinha trabalho, dinheiro, família, filhos e tal
Era tudo tão perfeito se tudo fosse só isso
Mas isso é menos do que tudo,
É menos do que eu preciso” ♪♫

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Borboletas no estômago

Ainda não superei o pânico de dizer meu nome no primeiro dia de aula, que por sinal foi dia 25/07. Gostaria de ter escrito antes, mas final de mês é sempre muito corrido no escritório. A faculdade parece-me bem parecido com o ensino médio, a única diferença é que as pessoas escolheram estar lá, então acho que não teremos problemas com pessoas atrapalhando a aula. Até agora conheci quatro professores e todos eles são muito bons. Eles não são velhos, pelo contrario, são mais jovens do que eu podia imaginar.
Claro que algumas coisas nunca mudam, eu ainda prefiro ser invisível e não interagir, mas sei que é necessário. Algumas dúvidas são as mesmas, estou fazendo a coisa certa? É isso mesmo que eu quero pro meu futuro? Eu ainda não sei a resposta. Até mesmo porque só encontramos o que queremos quando sabemos o que procuramos, e eu de fato não sei.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A possibilidade de realizar um sonho me assusta, mas o fato de não conseguir realizá-lo me apavora.
Acho que é por isso que estou meio irritada, depois que passa o encantamento do primeiro contato com a realização de um sonho vem o pânico de que não é tão fácil assim. As duvidas de alguém que nunca saiu do estado, nunca viajou sozinha, medo de voar, se perder, ser assaltada, medo de nem ao menos consegui comprar o ingresso, medo de que o dinheiro não seja suficiente. Medo de não ter planejado tudo direito.
Nunca fui boa com planos e expectativas, pelo contrario, tudo que é planejado e esperado demais não da certo ou não supre as expectativas.

Por enquanto, eu só sei esperar.

FALTAM 112 DIAS

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Conselhos

Você colhe o que você planta, é conseqüência de suas escolhas.
Você precisa errar, se machucar, às vezes sangrar e até chorar; para aprender, crescer, conhecer.
Eu queria poder te dizer para não cometer os mesmos erros que eu cometi, mas se eu o dissesse, estaria te impedindo de viver sua própria vida. Afinal, é o que dizem, se conselhos fossem bons eram vendidos.
Só me resta ficar aqui te assistindo, tomando emprestada um pouco das tuas dores, como se fossem minhas [dores que um dia foram genuinamente minhas]. Eu vou chorar te vendo desse ou daquele jeito, mas não poderei fazer mais nada, além de um afago. Um carinho mentiroso!

Não me culpe se eu não te segredar que, indo por aquele caminho, você irá acabar como eu. Só você é dona de suas escolhas, só você sabe o que é melhor pra você, mas se não for sincera consigo mesma, então tudo será em vão.

Minha maior dor é saber que eu tive a minha oportunidade e não estava vestida apropriadamente para a ocasião. Estou eu aqui, agora, em seu quarto, te vendo escolher a roupa certa e me remoendo em silêncio a cada cabide que você retira do guarda-roupa.

- E este?

Por favor, não me pergunte. Eu posso apontar a roupa errada, sem querer (?).


"That what you fear the most could meet you halfway." ♪

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dia Internacional do Rock

Acho que foi Beatles, ou AC/DC, talvez a trilha sonora de algum filme de sessão da tarde, não me lembro quando foi meu primeiro contato com o Rock, mas tenho certeza que foi amor a primeira vista. E é com o olhar fresco de adulta assumida, mas nem tanto, que vago pelas memórias embaladas pelo bom e velho Rock’n roll.
Assumi que crescer por mais que seja difícil é inevitável, mas que não preciso matar os vícios da juventude.
All star e camisas de banda, cabelo bagunçado, bandana, maquiagem carregada, meia-calça. Aquela pessoa lá era eu? Era sim... Passeando pelas ruas, indo a ensaios de bandas que sempre tocam as mesmas musicas, indo a bares, shows grandes e pequenos. A ovelha negra que causou um alvoroço em casa.
Hoje faço o mesmo trajeto, indo e voltando do serviço, sempre com pressa e cansada. Antes sentávamos nos bancos, batíamos papo durante horas, passando por banalidades e chegando às questões existenciais. E depois, íamos até algum bar, logo ali, bebíamos sem pressa, quando tinha dinheiro, quando não tinha, fazíamos uma vaquinha para um “pinguerante”, tudo era menor e acolhedor.
Para cada momento teve uma musica, foi assim que passei a organizar minha memória. Uma música para cada pessoa, lugar ou ocasião.
RPM para o Projeto Rock in Rua, a lembrança de um domingo ensolarado e quente, uma blusa vermelha e suor escorrendo pelas costas dele.
Pitty para a quadra do Cefetes e a primeira vez se fui “bulemica” para caber em uma roupa.
Zeca Baleiro e Capital, para não me deixar ficar no fundo do posso.
Nirvana pra me sentir forte, grande, dona da situação.
Pearl Jam quando eu me senti sozinha e sem rumo.
Cazuza, pra chorar, amar, rir...
A paixão pelo rock foi crescendo, ainda guardo os CDs do Daniel com carinho, ainda gosto de ouvir, gosto de ver as bandas covers, mas antes me descabelava com a possibilidade de, um dia, em um futuro mega distante, assistir um show deles. E, naquela época, o futuro era bem lá no futuro mesmo. Hoje, aguardo (não menos ansiosa) pelo futuro alí, 114 dias.
Minha mãe me deu uma blusa dos Rolling Stones, que eu adoro. Ela também me deu uma do nirvana e a minha primeira camisa xadrez, que ela comprou na fera, que foi roubada e eu fiquei muito triste e fui consolada, ela me disse que a camisa era feia, ela nunca foi boa para consolar.

Então, quando contei a ela que iria ao show do Pearl Jam, ela ficou tão feliz quanto estou agora, mesmo sentindo suas preocupações de mãe. Porque hoje, finalmente, vou realizar um sonho que tinha deixado na gaveta, junto com lembranças que valem ser revisitadas. E me senti aquela menina passeando pelas ruas da cidade, aquela que eu fui, mas tinha esquecido ter sido.



"Alone, listless, breakfast table in an otherwise empty roomYoung girl, violins, center of her own attentionMother reads aloud, child tries to understand itTries to make her proud
The shades go down, it's in her headPainted room, can't deny there's something wrong..." ♪♫

terça-feira, 12 de julho de 2011

PJ20

Estou ainda meio boba, aquela cara de quem está apaixonada. Depois de uma semana tão difícil era tudo que eu queria. Uma única noticia, nos 45 do segundo tempo, ontem. Para mim é como um conto de fadas. Nunca achei que pudesse ser tão feliz. Nunca pensei que pudesse ter a melhor oportunidade do mundo. É como se eu estivesse vivendo um sonho.
Decidi que é chegada a hora de quebrar meu porquinho para colocar o dinheiro no banco, tornar tudo mais sério, oficial. Por que agora não é mais um sonho, já é realidade.
Claro que estou insegura e meio receosa, nunca saí do ES, na verdade nunca viajei pra lugar nenhum sozinha. Mas a alegria é tanta que até o medo fica gostoso.
É impossível não fazer planos, já penso na roupa que vou usar, se mantenho o cabelo curto ou se eu deixo crescer, o que eu vou levar... As pessoas que vou conhecer, então, nossa, é simplesmente a coisa mais incrível que já me aconteceu.

No mais eu vou contando os dias, a partir de hoje, faltam 115 dias

"Practiced all my sins, never gonna let me win, uh-huh" ♪

segunda-feira, 11 de julho de 2011

"Falando assim parece exagero

[...]Mas se depender de mim eu vou até o fim" ♪

Sou uma egoísta circunstancial, nem me lembro de quando me tornei assim. Mas ser egoísta é preciso. Por que olhando de fora, a gente sempre acha que não irá sobreviver a uma situação da qual temos muito medo. E é exatamente por isso que a gente tem medo. Mas quando acontece não resta outra opção senão sobreviver, o que, no fim das contas nem é tão ruim.
Quer dizer, no início é ruim, é difícil, é novo e gera muito medo. Eu me permito sentir dor, tristeza e até mesmo auto-piedade, mas apenas por 2 ou 3 dias, nada mais. Depois desse pequeno luto é hora de recomeçar, levantar a cabeça e seguir em frente. O mundo não pára só porque estamos com problemas. Claro que ficar no mundinho de “eumeodeioequeromorrer” a lá Kurt Cobain é bem mais fácil e seguro, mas seguir em frente é preciso.
Lembro-me como quem se lembra de um sonho confuso do momento em que a vida me confrontou com a situação que gera mais medo. A hora da perda é muito estranha. Parece que você está pisando sobre nada e que o céu também está interessado em cair na sua cabeça.
Houve também a tristeza de não encontrar seu nome na lista colada na parede, enquanto as pessoas a sua voltar riem, comemoram e pintam umas as caras das outras.
Palavras ferem, ouvir certas coisas da boca de pessoas que você tanto ama é difícil.
Acredito que já passei por muita coisa difícil, que cheguei ao fundo do posso. Achei que era o fim.
Foi então que eu consegui chegar ao espelho. Pra encarar o mundo nos olhos eu tinha antes que me encarar nos olhos. Assumir meus erros, parar de sentir pena de mim, deixar de dependência (seja de amigos ou família), trabalhar, estudar... Ser independente. Eu gritei, chorei, magoei pessoas que amava, encarei tudo de frente. Eu não sei ao certo, mas acho que foi daí que começou a nascer a força. Eu a sentia chegar devagar, quando eu tinha uns rompantes de vontade de sair, de escrever, de me arrumar e outras coisas que me são tão naturais, mas que, naqueles dias, não eram. Eu até achei que voltaria a ser algo parecido com o que eu era antes de tudo. Mas fui surpreendida, o resultado foi maravilhoso. Meu corpo, meus membros, meus órgãos, minhas células, meu consciente, meu inconsciente, minha memória, minha alma, meu coração, enfim, essa coisa toda que a gente chama de "eu" sofreu uma mutação, sabe como? Um dia eu acordei, decidi que a luta tinha chegado ao fim.
Que era o dia da minha independência. Iria deixar de ser criança birrenta, manhosa, que lutaria pela minha causa.
Comendo, sorrindo, escrevendo, saindo, conhecendo gente, organizando festa e viagem, fazendo mil e um planos. Trabalhando loucamente, como se meu trabalho fosse a coisa mais importante do mundo. E, de certa forma, é mesmo, porque meu trabalho sou eu. Minhas amigas sou eu. Meus amigos sou eu. Meus pais sou eu. Meus textos sou eu. Meus projetos sou eu. A força reduziu certos sentimentos a pó e me trouxe essa descoberta de que não havia sido deixada nenhuma lacuna na minha vida. Eu perdi alguma coisa? Perdi, talvez. Mas nem tudo o que se perde tem valor e é bem por aí mesmo. Alguém pode pensar que isso é conversa de mulher recalcada. Tudo bem. Fiquem à vontade com seus pensamentos. O que os outros pensam de mim não sou eu e vocês já devem ter notado pelo rumo do texto que o que não sou eu não me interessa mais. Nada daquilo me interessa mais.
É sempre assim, pra querer mudança tem que começar mudando. Pintar as unhas de cores que você nunca pensou em pintar, cortar o cabelo curtíssimo, escovar ou cachear, fazer uma tatuagem, regime ou comer tudo que tem vontade. Deixar aquela personalidade boba e subserviente, chega de mentir pra si mesma, assuma e corra riscos.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

"Não é que eu faça questão de ser feliz" ♪

Eu sabia que isso ia acabar acontecendo. Cedo ou tarde sempre acontece. Eu tinha perdido o encanto, isso mesmo, a graça de viver. Então fiz planos, tracei metas. Cortei o cabelo, comecei a juntar dinheiro, começo a faculdade no dia 25, estou fazendo curso de inglês...
Toda essa novidade está me fazendo muito bem, não sinto mais solidão e muito menos necessidade de ter outra pessoa para me sentir completa. Estou gostando mais de mim.
Ainda estou bem estressada por causa do trabalho, mas menos desesperada.
Vai ver que é isso que reflete na minha alma e quando eu percebo, sinto-me exatamente assim: bagunçada, como se estivesse fora do lugar. É um sentimento forte de não pertencimento, estranho. Aparece com muito mais freqüência nos domingos.
Pergunto-me se realmente estou fazendo a coisa certa.
Durante o resto da semana acho que vou me acostumando, mas aí os finais de semana chegam e eu me sinto tão acolhida, tão protegida, tão perfeitamente encaixada, que quando tenho que voltar à vida e à rotinha, me sinto um verdadeiro peixe fora d'água.
É como se absolutamente nada fizesse sentido. Sinto que as pessoas são cópias umas das outras.
Dá-me um pânico, Eu não quero ser assim, não quero perder minha sensibilidade, minha cor. E logo eu que pensava: no futuro vai ser diferente. Enganei-me imensamente.
E aí que fico nisso. Sigo a certeza clara, fria e direta: eu não pertenço à esse lugar.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Apareceu quando eu mais precisava, assim sem avisar, sozinho.
Foi delicado, pegou a minha mão e levou-me por um caminho que eu já conhecia, mas não sei em que dado momento, esqueci...
Colocou o velho e bom rock'n'roll como sempre, enquanto passeava pelo meu corpo.
Eu sei que ele me olhou nos olhos e quando pensei que fosse desviar, ficou.

Pela primeira vez sorríamos juntos. Pela primeira vez "estávamos" juntos.
Da mesma forma que chegou, saiu, pela mesma porta.
Restou somente a duvida da veracidade do sentimento.
Doeu, mas foi importante pra aprender que sorrisos não são promessas.
Hoje eu penso nele e sinto pena.


“If you got no money honey
We got your disease” ♪

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Primeiro de Julho

"Eu não minto, eu não sou assim" ♪


Eu já fiz muita coisa errada, fiz tanta besteira. Me orgulho de ter tentado, me orgulho do riso e até das lágrimas e da decepção.
Sorte? Eu nunca acreditei muito nisso. Destino? Talvez! É tudo questão do ponto de vista. Eu fico com causa e conseqüência.
Sinto-me como uma quase vencedora.
Sou do tipo que corre para pegar o ônibus, mas nunca chego a tempo. Estou sempre suada e ofegante. Lembro de ter perdido meu pai no ano do meu vestibular e de não desistir de fazer a prova, de não ver meu nome na lista de aprovados, de ter perdido a virgindade com um menino e vê-lo com a namorada dele poucos minutos depois.
Guardo lembranças que quase deixei cair, por desatenção. Perdi shows de artistas prediletos e não tive tempo para sentar num bar com pessoas que gostava tanto, tomar uma cerveja e comentar a vida. Perdi amigos e me senti a mais desgraçada de todos os seres humanos e tive que buscar em mim meu melhor amigo.
Já tive mais de cem contatos na agenda do celular e nenhum que eu pudesse chamar às 2 da manhã para me acalmar o choro. Já tive que recomeçar do zero por causa do erro de outras pessoas e nem sempre havia alguém dizendo que eu podia mais uma vez.
Esforcei-me ao Maximo, fiz valer à pena, dei o melhor de mim em cada relação. Nunca fui o suficiente.
Fui quando o que tinha que fazer era ficar. Já fiquei quando o que tinha que fazer era ir. Já respondi quando eu tinha que calar. E já calei quando eu tinha que fazer era gritar.
Não ouvi o despertador e me atrasei, tantos desencontros e eu sem entender o que eu fazia aqui.
Há coisas que são para nós, há coisas que são vaidades…
Eu sei que preciso seguir em frente, sentir saudades do passado é normal. Achar que fui feliz e que morri é exagero. As coisas precisam seguir sem que sejamos donos do futuro. Há perdas que nos fazem crescer, há outras que nos farão rir e outras que serão historias para nossos netos, e precisamos mesmo perder para que o universo se equilibre.
Há felicidade depois da tristeza. Há choro, mas também há riso. Há dias sem perspectivas, mas há dias de sonhos e sonhos e sonhos e mais, realização. Há dias de ¨bem-pouco-quase-nada¨.
É a vida que segue.

“Não há por que voltar
Não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez” ♪