sexta-feira, 1 de julho de 2011

Primeiro de Julho

"Eu não minto, eu não sou assim" ♪


Eu já fiz muita coisa errada, fiz tanta besteira. Me orgulho de ter tentado, me orgulho do riso e até das lágrimas e da decepção.
Sorte? Eu nunca acreditei muito nisso. Destino? Talvez! É tudo questão do ponto de vista. Eu fico com causa e conseqüência.
Sinto-me como uma quase vencedora.
Sou do tipo que corre para pegar o ônibus, mas nunca chego a tempo. Estou sempre suada e ofegante. Lembro de ter perdido meu pai no ano do meu vestibular e de não desistir de fazer a prova, de não ver meu nome na lista de aprovados, de ter perdido a virgindade com um menino e vê-lo com a namorada dele poucos minutos depois.
Guardo lembranças que quase deixei cair, por desatenção. Perdi shows de artistas prediletos e não tive tempo para sentar num bar com pessoas que gostava tanto, tomar uma cerveja e comentar a vida. Perdi amigos e me senti a mais desgraçada de todos os seres humanos e tive que buscar em mim meu melhor amigo.
Já tive mais de cem contatos na agenda do celular e nenhum que eu pudesse chamar às 2 da manhã para me acalmar o choro. Já tive que recomeçar do zero por causa do erro de outras pessoas e nem sempre havia alguém dizendo que eu podia mais uma vez.
Esforcei-me ao Maximo, fiz valer à pena, dei o melhor de mim em cada relação. Nunca fui o suficiente.
Fui quando o que tinha que fazer era ficar. Já fiquei quando o que tinha que fazer era ir. Já respondi quando eu tinha que calar. E já calei quando eu tinha que fazer era gritar.
Não ouvi o despertador e me atrasei, tantos desencontros e eu sem entender o que eu fazia aqui.
Há coisas que são para nós, há coisas que são vaidades…
Eu sei que preciso seguir em frente, sentir saudades do passado é normal. Achar que fui feliz e que morri é exagero. As coisas precisam seguir sem que sejamos donos do futuro. Há perdas que nos fazem crescer, há outras que nos farão rir e outras que serão historias para nossos netos, e precisamos mesmo perder para que o universo se equilibre.
Há felicidade depois da tristeza. Há choro, mas também há riso. Há dias sem perspectivas, mas há dias de sonhos e sonhos e sonhos e mais, realização. Há dias de ¨bem-pouco-quase-nada¨.
É a vida que segue.

“Não há por que voltar
Não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez” ♪

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