sábado, 10 de julho de 2010

TEMPO


"(...)Café com leite, sol preguiçoso por entre as nuvens, uma saia que roda, as luzes dos postes que se apagam, rindo, em face adulterada pela pintura, alguém recupera música esquecida assobiando, como era mesmo o nome daquela música? A escola velha, um odor de tudo o que se atreve a voltar... Um amigo chega, a conversa muda de rumo, lembra-nos o que somos, uma frase atirada ao acaso dirige-se diretamente ao coração de alguém, há uma arrepio que se percorre pelo corpo, um pedaço de relva enrola-se nos cabelos distraídos, Praia da Costa, um barco ao longe está parado e leva-nos, é de um rosa tropical o cenário que te enfeita, faço rodeios por saber que vens aí, e é como passear, ou alegria, ou este tempo alvoroçado, este encontro marcado, brotas da geometria de um canteiro, o espaço exato, há uma gota de tristeza no teu olho, a gota reflete tudo o que é puro, matinal, tudo o que é puro e matinal em mim, embora eu já nem saiba como dizer tudo isto."

Nenhum comentário:

Postar um comentário