quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

"Vem,
Você bem sabe que aqui é o seu lugar
E, sem você, consigo apenas compreender
Que sua ausência faz a noite se alongar
Vem,
Há tanta coisa que eu preciso lhe dizer
Quando o desejo que me queima se acalmar
Preciso de você para viver" ♪



Saudades, eu gostaria de estar lá de braços abertos e que eu fosse a primeira pessoa que seu olhar brincalhão e sonolento encontrasse. Mas não é possivel. Olho em frente e vejo o nada, só as paredes solitárias do meu quarto. Um muro imenso feito de tempo. Tempo gravitacional, concreto, vulcânico. Tempo eterno. Tempo multilador. É assim desde que o Mundo é Mundo. Vimos do nada, voltamos ao nada, e é no brevíssimo espaço entre o negro e coisa nenhuma que vivemos, intensamente, a ilusão de felicidade. Felicidade? Pura ilusão. Não existe, não existiu nunca, ontem, hoje e amanhã, não existe nada. Não somos, nunca fomos, muito menos seremos, não existe o nós. Imaginamos tudo para finjir que algum dia houve felicidade. Sonhamos para sustentar a ilusão. Olho em frente e vejo o nada, daria minha vida para ver seus olhos. Só a morte é a saída.

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