domingo, 19 de dezembro de 2010

Lembrou-se da primeira vez em que foi ao seu bar favorito, tão perto de sua casa... Estava bonita, e cheirava a alma nova.... Estava com as pessoas que gostava mais que a própria vida.
Estava absurdamente triste. Talvez ela fosse a moça mais triste que já pisou naquele bar. Dois anos depois ela sai daquele bar com a mesma tristeza que entrara no primeiro dia.


Acostumou-se com aquilo, não sabia mais viver sem.


A última conversa em que eles estavam sozinhos foi na calçada de uma rua escura, porque ele fez isso com ela? Porque humilhava ela assim? Ele só queria diversão e ela não queria mais aquilo; ainda hoje ela passa em frente onde era o bar, agora reformado e abrigando um escritório, mas já foi uma funerária antes, e sente um nó na garganta...
Era começo de noite, o cabelo já estava diferente, as blusas de banda foram aposentadas, assim como a promessa de amizade eterna, tudo ficou para trás.
Quase não reconheci, ele estava tão velho e tinha o olhar ainda mais triste do que eu podia lembrar.

Quase dois anos depois, sem voz, sem cheiro, sem ver, começa cicatrizar.... Mas isso não significa que pare de doer.

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