sábado, 25 de dezembro de 2010

Um dia você me disse que eu nunca mais me sentiria só, que você estaria para sempre no meu bolso. Sonhos descabidos e irrealizáveis, com você tudo era possível.
Mas nada dura pra sempre, acho que te perdi.
Afetos martirizados pelas mágoas, amizades interditadas pelo tempo e o espaço imposto, sempre pronto a voltar ao passado.

Nunca me senti tão só.

Acontece que hoje escolheria a sua companhia, sua alegria era minha liberdade. Então, peço que fique, puxe uma cadeira, tome um copo. Depois podemos andar pela cidade, podemos pegar aquele ônibus que eu me recusei, você pode ficar por mais um dia, embrenhar dedos ousados em indicações de saída mais do que necessária, opção há tanto tempo rejeitada pela ingênua – porém tímida – caminhada rumo à novidade.
Era minha novidade preferida.

Não consigo me tornar proprietária de minhas memórias.

A novidade é que, meus caros, ando mais só do que jamais estive. E quero tardes acompanhadas não apenas pelas chuvas de verão intercalando sol quente em céu sem nuvens, mas também pelo olhar reconhecido, pelo carinho, até que haja, entre nós, o mais próximo de uma verdade desinibida. As gargalhadas sem censura.

Neste agora me sinto deixada de lado.
Beber aos goles lentos a honra de estar viva. E nessa vagareza, nunca mais me embriaguei. Já que nunca mais estive acompanhada por sua companhia, só pela falta que sinto dela, da saudade misturada com a ausência.

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